Paz e bem!
Caros paroquianos e amigos:
“É tempo de recomeçar, de renovar a fé e se agarrar as esperanças”. O cenário da nossa sociedade brasileira passa por momentos de dificuldades que nos pede reflexões éticas seguidas de mudanças. Não podemos ficar insensíveis a situações gra
ves e de falta de respeito à sociedade e sentido da vida.
Foi o próprio Jesus que sempre se colocou ao lado dos marginalizados e da luta pela dignidade da vida. Não se pode aceitar que atitudes corruptas sejam praticadas e que nossa sociedade fique alheia ou omissa diante de fatos desonestos, e muitas vezes desumanos, sofrendo pelas consequências de tais atitudes.
Jesus nos mostrou que quando queremos fazer o bem ao outro e praticar gestos concretos de amor ao grupo que convivemos, nós conseguimos. Quero aqui convocar a cada leitor para colocar em prática esse gesto: “Faça o bem” em qualquer situação. Caso contrário, evite fazer algo que não contribua com o respeito ao próximo e a tudo que é coletivo.
Sabemos que muitos fatos e atitudes de outras pessoas nos revoltam, nos levam a insatisfação e até mesmo indignação. Mas não podemos nos esquecer do sentido da palavra misericórdia: junção de duas palavras (“miseratio”) compaixão + (“cordis”) coração = ter um coração compadecido. Isso significa que a imagem e semelhança de Deus Pai, devemos acolher o outro nas suas fraquezas, e caminhar ao seu lado, desde que esse “outro” se reconheça arrependido e convertido para uma nova vida e relacionamento.
Deus não é feliz e nem conivente com o pecado, com a atitude desleal, com o erro, a corrupção e qualquer tipo de maldade. Ele acolhe o errante e o pecador arrependido para valorizar o sentido da vida. Devemos dar valor a tudo que é favorável para a prática do bem, do crescimento de uma pessoa e da comunidade. Temos que acolher todo aquele que se dispõe a ajudar o outro e ser servidor do grupo.
Deus não quer que a pessoa ou sociedade finja que erros não aconteceram, ou que aceitemos situações desonestas e erradas, ou mesmo que fechamos os olhos diante das corrupções e situações frustrantes. Não podemos ser hipócritas a ponto de fingir que está tudo bem. Este é um momento que supõe muita tranquilidade, ética e clareza do que precisa ser feito. É preciso transparência de ações e ter a sensibilidade de contribuir e não ser um empecilho no caminho de outros.
Jesus demonstrou essa condição em tudo que fazia. A cada ajuda e aconselhamento, a cada ensinamento ele depositava no seu interlocutor a capacidade de fazer uma reflexão, de obter a confiança capaz de provocar tomada de atitude. Essa atitude gerava nas pessoas o aumento da fé. Uma fé que transforma, que move obstáculos e conforta o coração. Fé que edifica, que solidariza. Fé que transforma, que faz o impossível acontecer.
O ano de 2017 está convidativo para mudanças e de expressar confiança nas melhorias de convivência e de relacionamentos sociais e políticos. É um momento para que o cristão consciente demonstre o seu papel de cidadania e participação na vida coletiva.
Precisamos de pessoas comprometidas com a vida, com as coisas públicas e políticas no seu sentido mais puro: “arte de viver em uma cidade”. Este é um momento de se comprometer com os valores éticos e morais. Momento de fazer valer o que aprendemos e que dignifica a vida.
Que tal lembrarmos os princípios aprendidos com nossos pais? Dos bons ensinamentos da nossa catequese? Dos valores que a escola nos ajudou a melhorar? Daquilo de que não abrimos mão para que o outro pratique conosco?
Estamos num momento de refletir sobre a crise ética da nossa sociedade.
Precisamos nos posicionar e agir como um verdadeiro cristão que acredita e tem fé na melhoria da qualidade de vida. Uma fé que irradia luz, que nos encoraja. Fé que acalenta, que nos faz ser melhor.